Saturday, October 22, 2005

parte 2- ah, desculpe...

ah, sim! me esqueci de me apresentar. vocês devem estar pensando que sou algum detetive de gabardine de filme noar a la sam fairbanks, mas a coisa não é bem assim...
é que já vi tantos desses filmes que acabo por pensar em minha vida desta forma. aliás ver filmes era a única coisa que eu fazia com alguma vontade, como bem observava minha mãe. até ela.
muito da minha obsessão pela história que ela me contou vem disso: eu vi minha ingrid bergmann pedindo minha ajuda. e ela sabia disso. bom mas quem eu sou? na verdade muito já pensei sobre isso; já pensei que era grande merda , já pensei já não era nada hoje penso que sou minha obsessão. mas de fato sou um herdeiro antes de mais nada. minha vida se baseia nisso. perdi minha mãe e meu pai quando era um jovem adulto e fiquei só com minha irmã. na verdade só de fato pois minha irmã foi fazer sua vida e me deixou. muito dinheiro e pouca vontade. durante algum tempo gastei tudo o que podia e mais um pouco. trocava o dia pela noite em bares e onde mais houvesse gente.
mas um dia cansei. então dediquei minha vida aos filmes. via-os de forma obsessiva e solitária. meus dias eram isso e minhas noites eram povoadas por aqueles personagens e por mim, sempre heróico, sempre imponente. como um vampiro, buscava as trevas e meu sangue virginal era aquelas imagens vindas do acetáto.
até que um dia fui ver filme a tarde e ela estava lá. e no dia seguinte também e no outro...
estava feita a cagada

Monday, October 17, 2005

parte 1- belos malditos olhos

maldito calor, maldito dia, maldita música, maldita mania, maldita obsessão, maldita mulher

é sempre assim comigo: entro pela curiosidade, vou entrando cada vez mais e quando vejo já não posso mais sair. eu devia saber. uma pequena como aquela. me lembro bem do dia em que ela chegou. chegou manso, sereno falando sussurado, promentendo baixinho. "pouco risco muito ganho"; o maior ganho era ela. ela não era do tipo que para tudo, mas foi parando tudo ao redor quando ia falando daquele jeito cantado e e pedindo ajuda. meio pequena meio gordinha, falava coisas terríveis mas seus olhos fixos e marinhos tinham a levesa e o brilho do luar no oceano. meio sereia. belos malditos olhos, me davam toda a beleza e toda a tristeza do mundo. por dentro eu chorava; mas não era pela sua trágica narrativa- eu já tinha escutado tantas histórias tristes que já uma a mais não me fazia chorar-, eram aqueles olhos. eles me contavam histórias de traição de amor de paixão de perda de desilusão de desepero de felicidade incontida.... eles me davam todo o mundo. e eu fiquei totalmente perdido e ela sabia. ela ganhou seu maior protetor e eu minha maior sina. meu avô sempre dizia que as melhores e as piores coisas vem sempre muito rápido demais pq o resto da vida tu só vai pensar nelas. culpa daqueles belos malditos olhos.